31 março, 2006

Londres



Este "respirar" é dedicado a ti, amiga.

Pois é, já lá vão 6 anos que fomos a Londres pela primeira vez. É das viagens que mais me lembro ao pormenor, desde a organização da viagem, a reserva dos bilhetes para o teatro que nos ia levar a ver o nosso actor favorito, o actor que víamos no écran dos cinemas e íamos vê-lo ao vivo. Era um sonho.....
E lá fomos, apanhámos o avião à tarde e passadas três horas estávamos no metro a caminho do hotel, ainda estava tanto frio, mas chuva nem vê-la, apenas uns chuviscos na noite da nossa estreia. Chegámos numa 4ª feira e na 5ª feira andámos por vários sítios, o itinerário turistico foste tu que elaboraste, porque Londres tu já conhecias sem lá teres ido e conforme as zonas por onde passávamos eu tive a sensação de estar num lugar que já tinha sido "a minha casa" e de facto essa sensação ficou mais forte, depois das minhas duas longas estadias.
Depois 6ª feira à tarde fomos à procura da rua onde seria a nossa noite mais esperada e que era um dos objectivos da viagem, o endereço que nós tinhamos não era na zona turística dos teatros, apenas sabiamos que era num edifício em ruínas, onde Alfred Hitchcook filmou alguns dos seus filmes. Até isso foi diferente, um pormenor ainda mais empolgante. Entretanto, o resultado da nossa procura foi termo-nos perdido num bairro tipo Bronx e que belo susto, estávamos a ver que não saímos dali inteiras, mas saímos, só nada de saber onde ficava o teatro.
Na manhã seguinte, quando entrámos numa loja (daquelas lojas que só existem em Londres muito antigas) com tudo o que tinha a ver com cinema, livros, posters, fotografias, um verdadeiro mausoléu de imagens de actrizes e actores. E o velhote que nos atendeu, um verdadeiro típico inglês muito charmoso, perguntou-nos se éramos búlgaras (lol) porque nunca tinha ouvido a lingua portuguesa e a nosso fisionomia parecia daqueles paises do leste (tu és morena e eu na altura tinha o cabelo pintado de preto), mas foi este senhor muito simpático que apesar de sermos estrangeiras, não teve a típica atitude arrogante inglesa e nos disse como havíamos de chegar ao local, onde estava a peça Ricardo II de Shakespeare da Companhia de Teatro "Almeida Theatre", tendo como principal actor o "nosso" Ralph Fiennes. E quando a hora se aproximou, fomos lá ter direitinhas e até fomos muito bem recebidas por um "porteiro" que depois mais tarde vimos no palco como sendo um dos personagens da peça, isto também só acontece em Londres, porque aqui neste país da treta, os actores da treta que existem são demasiado importantes para estarem à porta a receberem os pessoas do publico.
Nessa noite parecíamos duas teenagers, ficámos sentadas na primeira fila um em cada ponta, porque já não conseguimos marcar lugar juntas, mas isso não era importante, o importante era vê-lo o mais perto possível. E no fim, saímos completamente extasiadas com toda a encenação da peça e por termos visto o actor do "Paciente Inglês", do "Monte dos Vendavais", do "Dragão Vermelho", do "Fiel Jardineiro" e etc.... ao vivo e a cores ; )
Que mais poderei dizer, aqueles dias em Londres foram muitos especiais e aquela noite foi mágica.

25 março, 2006

Benvinda


Para mim, o ano inicia sempre na Primavera, a minha passagem de ano particular é neste equinócio. Faz muito mais sentido que assim seja, a Primavera é o início de tudo, tudo começa a florescer, tudo começa a nascer. Astrologicamente, estamos no signo solar Carneiro, um signo que simboliza tudo isso, é o primeiro signo do zodíaco, é o início, é o pioneiro, é o energético.....

Benvinda Primavera, a mais um ano.

22 março, 2006

Lágrimas

Por muitos planos que façamos na nossa vida, ela nunca é aquilo com que sonhamos....fazemos escolhas erradas e essas escolhas erradas trazem consequências irreversíveis na nossa vida e quando nos apercebemos disso, já não se pode voltar atrás e por muito sofrimento que possamos ter, apenas pudemos viver o melhor com o presente que temos e olhar para o futuro com esperança, embora o tempo passe depressa e cada vez fica mais difícil, conseguirmos realizar alguns dos sonhos que ainda nos restam. O mais difícil ainda é, quando já vivemos metade da nossa vida......e ainda não realizamos nenhum desses sonhos. E a tristeza instala-se no coração, tirando-nos a força para viver, para sorrir, para ter prazer, para estar com os outros, para estarmos em paz. E apenas temos como companhia as nossas lágrimas, que nos aliviam do peso da tristeza do nosso coração.

19 março, 2006

"Espaço 1999"


Naqueles Domingos em que não me apetece sair e passo as tardes a preguiçar no sofá com os gatos, deleito-me a rever uma série de culto que dá na Sic Radical estou a referir-me ao "Espaço 1999".
Muito resumidamente, a história desenvolve-se a partir de um acidente a 13 de Setembro de 1999, a Lua saindo da órbita da Terra fica a deambular pelo Universo, os seus habitantes vão tendo encontros com outras formas de vida, outros universos e outros seres.

Quando era miuda não perdia um episódio, esperava ansiosamente pelo dia da semana, em que esta série passava na RTP durante o ano de 1976 (há 30 anos), na altura ainda não havia televisão a cores e lembro-me que nas cenas em que apareciam monstros, coisas esquisitas e cadáveres desfigurados, a minha mãe tapava-me os olhos e dizia "Ai filha, não vejas que depois tens pesadelos", mas eu sempre conseguia espreitar através dos dedos dela e depois tinha medo de atravessar o corredor da sala para o meu quarto. Andava na escola primária e quando a minha professora me perguntava o que eu queria ser quando fosse grande, eu respondia que queria ser astronauta, pensava que quando chegássemos a 1999 a nossa Lua estaria habitada como retratava na série e eu queria ser uma dessas pessoas, a minha mãe também me dizia muitas vezes "Ai rapariga, andas sempre com a cabeça na Lua". Depois cresci e fiquei a saber que a profissão de astronauta não existia neste país e felizmente, já passámos 1999 e não temos nenhuma base na Lua.

Agora vejo esta série por puro saudosismo e porque é muito interessante ver esta história de outra perspectiva, estando no ano 2006. Cada episódio, na minha opinião transmite mensagens bastante espirituais, bastante mais avançadas que os efeitos especiais de ficção cientifica. O de hoje foi especialmente espiritual, bastante actualizado para os dias de hoje, mas penso que demasiado complexo para o ano de 1976.

Meus pensamentos II

"Já nada tenho, por isso já nada me prende a nada."

15 março, 2006

Reclamação

Fui ver a exposição da vida e obra de Frida Kahlo ao CCB. Tive a oportunidade de ver esta exposição em Londres no Verão passado, mas por motivos que agora não me apetece explicar, não fui ver. Como gosto de ver exposições sem multidões, optei por ir num dia e hora que julguei que isso seria possível.Quando cheguei à bilheteira, vi que me tinha enganado devido à enorme fila, quando chegou o momento de pagar fiquei em estado de choque, estavam a pedir-me 5 euros...........sim, 5 euros!!! Para ver a dita exposição. Acho que nem 1 euro deveriam cobrar, pela primeira vez fiquei arrependida por não ter ido ver a exposição em Londres, na Tate Modern onde existe uma caixa ou várias, já não me lembro bem, onde se coloca a quantia que possamos oferecer.
Mas, pronto nós até ganhamos tanto ou mais que os ingleses.....não é verdade??? (ironia)

Bem, lá fui conformada ver a exposição e comecei a constatar que da vida de F. Kahlo havia muito, mas das obras muito pouco. Sinceramente, da vida dela já me chegou ver o filme e eu tinha mesmo interesse era ver a sua pintura, que tem um estilo muito próprio e muito diferente de qualquer outro pintor e como ela afirmou, quando disseram que a pintura dela se assemelhava à pintura surrealista, cito:

"Pensaram que eu era Surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade."


Entretanto, o meu lamento pelos 5 euros, ainda ficou maior, quando de repente vi que a exposição cada vez tinha mais gente, famílias acompanhadas das suas criancinhas, barulhentas, inquietas e birrentas. O local da exposição transformou-se num parque infantil e os pais não se sabem comportar em locais públicos, até havia uma que lia os textos ao lado dos quadros em voz alta!!!

Uma exposição é um local de silêncio, é um local onde se deve respeitar "o outro", porque quem está ali, quer estar em sossego a apreciar uma arte. No fim, pedi o livro de reclamações.

03 março, 2006

Acontece

Nestes últimos dias não tenho estado inspirada para desabafar. Acontece, nem sempre a nossa mente consegue deitar cá para fora, aquilo nos vai no coração ou aquilo que pensamos. Neste momento, prefiro estar recolhida e meditar nas situações que me afectam e tentar resolve-las.

Porque no fundo, o que mais me apetece é gritar.....